domingo, 3 de maio de 2020

A TERRA EM NÚMEROS

Números oficiais da Terra

Volume – 1.083,207 x 109 km3
Superfície – 510 milhões de quilômetros quadrados
Massa – 5,976 x 10 21 toneladas
Densidade – 5,517 g/cm3
Densidade da crosta oceânica (antigo sima) – 3,3 g/ cm3
Densidade da crosta continental (antigo sial) – 2,7 cm3 Idade – 4,54 bilhões de anos
Distância média do Sol – 149,6 milhões de quilômetros
Distância máxima do Sol – 151,1 milhões de quilômetros
Distância mínima do Sol – 147,1 milhões de quilômetros
Raio equatorial – 6.378 km
Raio polar – 6.357 km (o raio do pólo Norte é 45 m maior que o do pólo Sul)
Inclinação do equador sobre a órbita – 23º 27’
Superfície ocupada pelos oceanos – 70,98% do total
Altitude média dos continentes - 623 m
Profundidade média dos oceanos – 3.729 m
Maior profundidade dos oceanos – 10.924 m, na Fossa Mariana (Pacífico)
Aceleração da gravidade no Equador – 9,78 m/s2
Massa da atmosfera – 5,1 x 1018 toneladas
Massa do gelo – 25-30 x 1015 toneladas
Massa da crosta – 2,5 x 1019 toneladas
Massa do núcleo – 1,90 x 1021 toneladas
Velocidade de rotação – 40.000 km/dia no Equador
Velocidade média em torno do Sol – 29,77 km/s (108.000 km/h)
Circunferência no equador – 40.075,012 km
Duração do dia (período de rotação sideral) – 23h 56min 4s
Duração do ano (período de revolução sideral) – 365d 6h 9min 9,5s
Volume de água superficial – 1.349.930.000 km3
Volume de água doce – 35.000.000 km3
Temperatura do mar – varia de -2 ºC (Mar Branco) a 36 ºC (águas rasas do Golfo Pérsico, no verão)
Maior temperatura no oceano – 40,4 ºC, numa fonte termal, a 480 km da costa Oeste dos Estados Unidos.
Mar de água mais clara – Mar de Weddell, na Antártica, com transparência equivalente à da água destilada.
Mais alta onda marítima – 34 m de altura, registrada em fevereiro de 1933, durante um furacão, entre Manila (Filipinas) e San Diego, Califórnia (EUA).
Maior iceberg – mais de 31.000 km2, 335 km x 97 km, avistado no Pacífico Sul, em 12.11.1956.
Iceberg mais alto – 167 m de altura, encontrado em 1958, a oeste da Groenlândia.
Rocha mais antiga – Gnaisse Acasta, de 3.962 milhões de anos, encontrada em maio de 1984 no Canadá.
Maior ilha – Fora a Austrália, que é considerada um continente, a maior ilha do mundo é a Groenlândia, com 2.175.000 km2. A maior ilha de areia do mundo é a ilha Fraser, em Queensland, Austrália, onde há uma duna de 120 km de extensão.
Maior ilha fluvial – ilha do Bananal, em Tocantins (Brasil), com 20.000 km2.
Maior ilha flúvio-marinha - ilha de Marajó, na foz do rio Amazonas (Pará), com 48.000 km2.
Maior arquipélago – Indonésia, com mais de 17.000 ilhas.
Maior caverna – Mammoth Cave, no Kentucky (EUA). Conhecida há 4.000 anos, tem hoje 560 km mapeados.
Estalactite mais longa – estalactite de 59 m de extensão, apoiada em uma parede, em Cueva de Narja, Málaga (Espanha). As maiores estalactites sem suporte devem ser as da Gruta do Jamelão, em Minas Gerais (Brasil), com 10 m de comprimento cada uma.
Estalagmite mais alta – 32 m, na caverna Krásnohorská, na Eslováquia.
Montanha mais alta – Everest, no Himalaia, com 8.848 m. Entretanto, o Mauna Kea, no Havaí, tem 10.205 m, dos quais 4.205 m estão acima do nível do mar e 6.000 m abaixo. O Chimborazo, no Equador, tem apenas 6.267 m, mas é o pico com cume mais longe do centro da Terra (2.150m acima do cume do Everest).
Maior montanha submarina – 8.700 m, com cume 365 m abaixo da superfície. Fica entre Samoa e Nova Zelândia.
Maior cadeia de montanhas – Dorsal Mesooceânica, com 84.000 km de extensão, e cerca de 1.000 km de largura, constituindo um sistema contínuo ao longo de toda a Terra; é quase toda submarina, emergindo na Islândia. (Tassinari, 2000).
Maior planalto – Planalto Tibetano, com 1.850.000 km2 e 4.900 m de altitude média.
Encosta mais íngreme – monte Rakaposhi, no Paquistão, com 31º de inclinação.
Cachoeira mais alta – Salto Angel, na Venezuela, com 979 m de queda total, tendo a queda d’água mais longa 807 m.
Maiores cataratas – Boyoma, na República Democrática do Congo, com média anual de 17.000 m3/s. O Salto das Sete Quedas, em Guaíra, entre o Brasil e o Paraguai, tinha um fluxo que chegou a 50.000 m3/s, mas desapareceu com a construção da Usina de Itaipu.
Queda d’água mais larga – Khône, no Laos, com 10,8 km de largura.
Maior rio – Amazonas, que nasce no Peru e deságua no Brasil, no Pará. Tem 6.850 km. É o maior também em volume de água, descarregando em média 120.000 m3/s no Oceano Atlântico (mais de 200.000 m3/s na cheia).
Maior bacia fluvial – Bacia Amazônica, com 7.045.000 km2, dos quais 4,8 milhões em território brasileiro.
Maior pântano – Pantanal Mato-Grossense, no Brasil, com cerca de 109.000 km2.
Maior lago – Cáspio, com 371.800 km2, banhando Azwerbaijão, Rússia, Turcomenistão, Irã e Cazaquistão. Lago mais profundo – Baikal, na Rússia, com 1.637 m.
Maior lago de água doce – Lago Superior, nos EUA, com 82.350 km2.
Maior lagoa – Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul (Brasil), com 9.850 km2.
Maior deserto – Saara, com cerca de 9.269.000 km2
Dunas mais altas – Isaouane-N-Tifernini, no Saara argelino, com 465 m de altura.
Maior canyon – Grand Canyon, do rio Colorado, nos EUA, com 446 km de extensão.
Canyon mais profundo – Garganta Vicos, na Grécia, com 900m m de profundidade.
Vale mais profundo – Yarlung Zangbo, no Himalaia, com 5.075 m de profundidade.
Maiores arcos naturais - Landscape, em Utah (EUA), com 88 m de comprimento e 30 m de altura, é o mais extenso. Mas, o maior é a Ponte do Arco-Íris, no mesmo estado, com 82,3 m de extensão, 6,7 m de largura e 88,4 m de altura.
Geleira mais extensa – Geleira Lambert, na Austrália, com pelo menos 700 km de comprimento.
Geleira mais rápida – Jakobshavn, na Groenlândia, com deslocamento de 19 m por dia.
Gelo mais espesso – a maior espessura de gelo conhecida foi medida em 4 de janeiro de 1975, na Antártica: 4,78 km.
Maior vulcão ativo – Mauna Loa, no Havaí. Maior cratera vulcânica – Toba, em Sumatra, com 1.775 km2.
Gêiser mais alto – Waimangu, na Nova Zelândia, que atingiu 460 m em 1903. Está inativo desde 1904. O mais alto gêiser ativo é Steamboat, no Parque Nacional de Yellowstone (EUA), com erupções que chegam a 115 m de altura.
Mais alta temperatura à sombra – 58 ºC em Al’Aziziyah (Líbia), em 13.09.1922.
Região mais seca – costa chilena entre Arica e Antofagasta (menos de 0,1 mm de precipitação pluviométrica anual).
Lugar mais ensolarado – Yuma, Arizona (EUA), com mais de 4.000 horas de sol por ano. 
Lugar menos ensolarado – Pólo Sul, com 182 dias por ano sem nada de sol.
Lugar mais úmido – Mawsynram, na Índia, com 11.873 mm de chuva por ano.
Lugar mais chuvoso – Monte Wai-‘ale-‘ale, no Havaí, com até 350 dias com chuva por ano.

Fontes

GRANDE Enciclopédia Larousse Cultural. s. l., Nova Cultural, 1999. 24v. il. v. 23, p. 5653-5655.
RIO Amazonas. http://www.infoescola.com/hidrografia/rio-amazonas/, acessado em 23.10.2008.
TASSINARI, Colombo C. G. – Tectônica Global. In: TEIXEIRA, Wilson et al. org. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568 p. il. p. 100.
TEIXEIRA, W. ET al. org. Apêndice III. In ________ Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568 p., p. 538.
TERRA e espaço. In: Novo Guinness Book 1995: o livro dos recordes. Rio de Janeiro: Três, 1995. p. 15-27.

terça-feira, 21 de abril de 2020

É HOJE!!! CHUVA DE METEOROS LÍRIDAS

Você sabe o que é uma chuva de meteoros?
Chuva de meteoros é um fenômeno astronômico caracterizado pela ocorrência de vários meteoros vindos de uma única região do céu. Essas chuvas ocorrem no momento em que a Terra, durante seu movimento de translação, cruza áreas do espaço repletas de materiais sólidos que se desprenderam de cometas devido à sua aproximação com o Sol.

A que acontecerá hoje é a chuva de meteoros líridas. O radiante dessa chuva de meteoros fica na Constelação da Lira (daí o nome "Líridas"), que fica na região Norte do Céu, e pode apresentar até 18 meteoros por hora.

"Aqui no Brasil, quanto mais ao norte estiver o observador, mais meteoros terá chance de ver”, explica o astrônomo Marcelo Zurita, diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros. “Pessoas em Roraima ou Amapá, em condições ideais poderão observar até 15,3 meteoros por hora. Em Brasília, serão até 11,6, no Estado de São Paulo, 9,9 e para os moradores do extremo Sul do Rio Grande do Sul, apenas 7,2 meteoros por hora", completa. 


No Nordeste a média deve ficar 14 meteoros por hora. O pico da chuva de meteoros acontece entre as 22:50 (21/04) e às 4:00 (22/04). Para observar, basta olhar na direção da constelação de Lira, que estará nesse horário para a direção Norte.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

VÍDEOAULA SOBRE A ESTRUTURA DA TERRA.

estrutura da Terra é sustentada em quatro ambientes: camada sólida, atmosfera, biosfera e hidrosfera. A camada mais sólida do Planeta é dividida em crosta, manto, núcleo externo e núcleo interno. A estrutura interna da Terra é constituída por três camadas: crosta terrestre - camada superficial sólida que envolve a Terra. Tem, em média, de 30 a 40 km de espessura, mas pode ser bem mais fina ou chegar a até 70km. Possui duas partes: forma de relevo e estruturas geológicas.

The Earth's structure is sustained in four environments: solid layer, atmosphere, biosphere and hydrosphere. The most solid layer on the planet is divided into crust, mantle, outer core and inner core. The Earth's internal structure consists of three layers: Earth's crust - a solid surface layer that surrounds the Earth. It is, on average, 30 to 40 km thick, but it can be much thinner or reach up to 70 km. It has two parts: relief form and geological structures.

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JAMES WEBB - O NOVO TELESCÓPIO DA NASA

PROGRAMA ESPACIAL JAMES WEBB - NASA
Figura 1; Montagem do James Webb - NASA

Considerado o sucessor do Hubble, o Telescópio Espacial James Webb foi projetado em 1996, com custo estimado de quase US$ 9 bilhões — de acordo com a NASA, o valor total chegará a quase US$ 10 bilhões após os atrasos . Os astrônomos afirmam que o telescópio será cem vezes vezes mais sensível que o Hubble. O Telescópio Espacial James Webb (às vezes chamado JWST ou Webb) é um observatório infravermelho em órbita que complementará e estenderá as descobertas do Telescópio Espacial Hubble , com maior cobertura do comprimento de onda e maior sensibilidade. 

A missão primária do JWST será a de examinar a radiação infravermelha resultante da grande explosão (Big Bang) e realizar observações sobre a infância do Universo para entendermos como galáxias e planetas se formaram. Os comprimentos de onda mais longos permitem que Webb pareça muito mais próximo do início dos tempos e procure a formação não observada das primeiras galáxias , além de olhar dentro das nuvens de poeira onde estrelas e sistemas planetários estão se formando atualmente. 

Esse telescópio ambicioso é um projeto internacional, além da NASA, também é administrado pela ESA (Agência Espacial Européia) e a Agência Espacial Canadense. O Webb será lançado com o foguete europeu do projeto Ariane 5. As agências estão confiantes que ele resolverá mistérios do Sistema Solar e poderá enxergar mundos distantes ao redor de outras estrelas, e até mesmo sondar as origens do universo - e o nosso lugar nele. De acordo com a NASA, o Webb vai "mudar a forma como pensamos sobre o céu noturno e nosso lugar no cosmos".

Mas o que é a radiação infravermelha? 
A radiação infravermelha (IV) é uma radiação não ionizante na porção invisível do espectro eletromagnético que está adjacente aos comprimentos de ondas longos, ou final vermelho do espectro da luz visível, ou seja, a lente do telescópio vai observar o que o olho não consegue captar.  
Figura 2: Escala de comprimento de onda - UFMG
Outros objetivos:
 - Substituir o hubble 
 - Estudar o universo para saber a origem de algumas galáxias
 - Observar a via láctea e o massivo buraco negro localizado no centro 
 - Observar objetos distantes como exoplanetas para tentar encontrar vida

ESPECIFICAÇÕES SOBRE O TELESCÓPIO JAMES WEBB
Figura 3 - James Edwin Webb (1906-1992), administrador da NASA, especialmente durante os anos das missões Apolo (foto/NASA).

O nome do telescópio foi em homenagem ao James Edwin Webb (1906-1992), administrador da NASA, especialmente durante os anos das missões Apollo. Ao contrário do Hubble, um telescópio óptico, o Webb será um telescópio infravermelho. A cobertura em comprimento de onda é de 0,7–28 μm. A faixa de 0,7–5 μm é denominada de infravermelho próximo — está próximo ao visível. A faixa de 5–28 μm é o infravermelho médio. O Webb terá instrumentos nestas duas faixas, imageadores e espectrômetros.
Figura 4: Telescópios James Webb.

A blindagem foi projetada para dissipar o calor gerado pela iluminação solar de maneira bastante eficiente e segura. Ela é composta de cinco camadas, ou placas, feitas de alumínio. O calor que não é dissipado na primeira placa vai para a segunda placa, onde parte é dissipada, e assim sucessivamente até a quinta placa. Cada placa da blindagem terá o tamanho aproximado de uma quadra de tênis! A propósito, a massa total do WST é de 6.330 kg! Só o espelho tem 705 kg. Segundo a NASA, Webb é 100 vezes mais sensível do que o Telescópio Hubble e tem 6,5 metros de diâmetro. Enquanto o Hubble está a apenas 600 quilômetros da Terra, a nova máquina espacial ficará a 1,5 milhão de quilômetros de distância.
Figura 5: Ilustração do Telescópios Espacial James Webb e Hubble.

O seu espelho é segmentado, constituído de 18 segmentos hexagonais feitos do metal berílio, cobertos por uma fina camada de ouro. O berílio tem a vantagem sobre o vidro de sofrer muito menor deformação devido às enormes variações de temperatura que ocorreram na missão. O espelho do Hubble possui 2,4 m enquanto que o espelho do Webb tem 6,5 m de diâmetro. A área do espelho do Webb é, portanto, (6,5/2,4)2=7,3. Isto significa que ele terá a capacidade de coletar uma quantidade de fótons 7,3 vezes maior do que o Hubble, ou seja, poderá “ver”, proporcionalmente, mais profundamente em distância no cosmos!
Figura 6: Dimensão dos espelhos (Hubble vs James Webb).

O lado virado para o Sol atingirá quase 100 graus centigrados! É nesta parte onde serão colocados os painéis solares para a geração de energia elétrica, a antena para comunicação, o computador e o sistema de navegação. O lado frio do Webb, protegido pela blindagem solar, estará a 40 Kelvin! Ou seja, -233 graus Celsius. E é aí onde a parte científica da missão acontece. Aí estão os espelhos — o primário e o secundário —, os detectores de infravermelho e as rodas de filtros. O Webb ficará a uma distância de 1,5 milhões de km da Terra enquanto o Hubble está apenas a 570 km.
Figura 7: Distância do Telescópio James Webb da Terra

O telecópio James Webb poderá revolucionar a astronomia ao observar e buscar sinais de vida na atmosfera de exoplanetas relativamente próximos do planeta terrestre. O instrumento também poderá estudar a formação das primeiras estrelas e galáxias, desvendando os mistérios do início do universo.
Vídeo da NASA sobre o Telescópio Espacial James Webb

Referência
Departamento de física - UFMG
http://lilith.fisica.ufmg.br/~dsoares/wst/wst.htm
https://www.jwst.nasa.gov/

sexta-feira, 10 de abril de 2020

O SURGIMENTO DO HOMEM E A DISPERSÃO PELO PLANETA

Uma pergunta ainda permanece e divide opniões. Qual é a origem do homem? A patrir daí temos duas teorias: Criacionista e a Evolucionista. O que pode ser dito, de maneira geral, é que todas essas disciplinas (paleontologiaarqueologiateoria evolucionistahistória etc.) lidam com evidências empíricas escassas (isto é, fósseis, instrumentos rudimentares de madeiraossospedras e metais) sobre as quais desenvolvem os seus métodos e extraem as suas hipóteses.

CRIACIONISMO
Assim como o evolucionismo, o criacionismo é uma teoria que tenta explicar a origem da vida e a evolução do homem. No entanto, é importante ressaltar que a teoria criacionista segue uma linha de pensamento distinta da teoria evolucionista. O criacionismo se baseia na fé da criação divina, como narrado na Bíblia Sagrada, mais especificamente no livro de Gênesis na qual Deus criou todas as coisas, inclusive o homem. Lembrando que diversas culturas possuem sua versão própria do criacionismo, como é o caso da mitologia grega, da mitologia chinesa, cristianismo entre outras.
Figura 2. A criação de Adão. Cena representa episódio do Livro do Gênesis, onde Deus origina o homem. (Foto: Michelangelo/Reprodução)

EVOLUCIONISMO
O evolucionismo se baseia em pesquisas cientificas, que surgiram com o experimento científico de Oparin-Haldane. Eles acreditavam que os gases existentes teriam formado as primeiras moléculas orgânicas e mais tarde os primeiros seres vivos. A experiência de Staley Miller acabou defendendo essa teoria, já que ele construiu um equipamento que imitava as condições da Terra naquela época e obteve a presença de aminoácidos no líquido formado. Charles Darwin, com sua publicação “A origem das espécies” (1859), afirmava que o homem era resultado de uma longa evolução que começou com os hominídeos até o homo sapiens, o que corresponde as nossas características atuais.

A teoria da evolução das espécies de Charles Darwin. Junto à teoria da evolução, muitos cientistas ao longo de décadas de pesquisas começaram a estabelecer as características do padrão evolutivo do ser humano, desde os primeiros hominídeos até o Homo sapiens. Entre as características observadas, destacam-se: o bipedalismo, a capacidade de manipulação de objetos como as mãos (em virtude do polegar opositor) e a grande massa encefálica.

Segundo o físico brasileiro Marcelo Gleiser, o criacionismo não é uma teoria. Professor em Dartmouth College há 28 anos, o físico Marcelo Gleiser é hoje um dos principais proponentes da visão que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares que a humanidade precisa para abraçar o mistério e explorar o desconhecido. Existe uma ideia de que você tem que ensinar a teoria da evolução e o criacionismo da mesma forma: como duas teorias de como a vida evoluiu na terra. Mas isso é uma grande besteira, porque o criacionismo não é uma ciência e não é uma teoria.

O criacionismo é uma ideia que diz o seguinte: nossa vida é tão complexa, que em milhões de anos de evolução não teria sido possível ela se tornar tão complexa, então foi Deus que fez. O criacionismo é isso e ponto final. Você pode tornar esse argumento um pouco mais sofisticado ou não, mas a essência do argumento é essa. O criacionismo é uma besteira, porque nós sabemos que a teoria da evolução funciona. Todo dia nós vemos a teoria da evolução acontecendo na prática.

Este é um mistério que começou há quase cinco bilhões de anos: como nosso planeta tem se transformado desde a sua forma inicial, e por quê? Novas pistas indicam que a resposta está dentro de cada um de nós. Desde um caso de soluços até a sensação de déjà-vu, as características particulares que temos dentro do nosso corpo têm sua origem nas transformações contínuas da Terra ao longo de milhões e até bilhões de anos. Estaria, então, dentro de nós a chave para o impacto dos asteroides, a extinção das espécies, e o movimento dos continentes? Se assim for, isto pode revelar a história épica do planeta Terra – e a nossa também.
documentário history

CRIACIONISMO X EVOLUCIONISMO
Quanto à questão da evolução, há uma série de argumentos que diferenciam criacionistas e evolucionistas.

De acordo com a teoria criacionista:
-Deus criou o homem e os demais seres vivos já na forma atual há menos de 10 mil anos;
-Os fósseis (inclusive de dinossauros) são animais que não conseguiram embarcar na Arca de Noé a tempo de salvarem-se do dilúvio;
-Deus teria criado todos os seres vivos seguindo um propósito e uma intenção;
-O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus e, portanto, não descende de primatas;
-Não há como comprovar a hipótese evolutiva em laboratório e, portanto, ela não é científica;
-Desde Darwin, vários aspectos de sua teoria já foram revistos, o que prova sua inconsistência;
-A Segunda Lei da Termodinâmica demonstra que os sistemas tendem naturalmente à entropia (desorganização);
-A perfeição dos seres vivos comprova a existência de um Criador inteligente;
-Mesmo admitindo a evolução, ela só poderia ser de origem divina por caminhar sempre no sentido da maior complexidade e do aperfeiçoamento biológico;
-A origem da vida ainda não é explicada de modo satisfatório pelos evolucionistas.

Já para a teoria evolucionista:
-O homem e os demais seres vivos são resultado de uma lenta e gradual transformação que remonta há milhões de anos;
-Os fósseis e sua datação remota confirmam que a extinção de espécies também faz parte do processo evolutivo;
-As transformações evolutivas são resultado de mutações genéticas aleatórias expostas à seleção natural pelo ambiente;
-O homem não é descendente dos primatas atuais, mas tem uma relação de parentesco. Ambos descendem de um ancestral comum já extinto;
-Seres vivos com ciclo de vida mais curto comprovam a evolução por seleção e adaptação, como no caso de populações de bactérias resistentes a determinados antibióticos;
-Apenas detalhes científicos que ainda não estavam claros no tempo em que Darwin viveu, como os avanços na área da Genética e da Biologia Molecular, foram revistos. No essencial, a teoria é válida há 145 anos;
-A Segunda Lei da Termodinâmica não se aplica a sistemas abertos, como os seres vivos;
-Os seres vivos são complexos, mas longe de serem perfeitos. O apêndice humano é um exemplo de estrutura residual sem função;
-A evolução não caminha sempre para a maior complexidade. Insetos atuais são mais simples que seus ancestrais já extintos. Nem sempre a evolução significa melhoria, apenas maior adaptação ao meio ambiente;
-Aspectos fundamentais envolvendo a origem da vida ainda precisam ser mais bem esclarecidos, mas o método científico e não-dogmático é o caminho mais adequado para atingir esses objetivos.

Entre o aparecimento dos primeiros hominídeos e o aparecimento do Homo sapiens, há o espaço de sete milhões de anos. Nesse intervalo de tempo, houve dois segmentos (ou gêneros) principais de hominídeos, o Australopithecos e o Homo, como segue na lista a seguir, que está em ordem cronológica de aparecimento:
  • Australopithecus anamensi
  • Australopithecus afarensis
  • Australopithecus aethiopicus
  • Australopithecus boisei
  • Australopithecus robustos
  • Australopithecus africanus
  • Homo rudolfensis
  • Homo habilis
  • Homo ergaster
  • Homo erectus
  • Homo neanderthalesis
  • Homo heidelbergensis
  • Homo sapiens
Um dos fósseis de hominídeos mais completos já encontrados é o de “Lucy”, uma representante dos Australopithecus afarensis encontrada em 1974, na Etiópia, no deserto de Afar. Esse fóssil possui cerca de 3,2 milhões de anos.

DISPERSÃO DO HOMEM PELO PLANETA 
Comparada à evolução da vida sobre a terra, a evolução humana é um evento muito recente. Os vertebrados já evoluem há 500 milhões de anos, tendo passado por grandes extinções e transições climáticas catastróficas. Ainda que se considere toda a evolução dos mamíferos desde o Triássico, há cerca de 250 milhões de anos, existimos há pouco tempo. Os primatas estão entre as últimas famílias a aparecerem na sequência evolutiva, datando do início do Paleoceno, há cerca de 65 milhões de anos (Martin, 2005). Naquele período, a expansão dos bosques subtropicais e tropicais favoreceu adaptações arborícolas, e o surgimento deste e outros taxa. 

Nos dias atuais, a população está distribuída, ainda que de forma desigual, pelos seis continentes. Contudo, estudos arqueológicos e análise de DNA humano apontam que nosso mais antigo ancestral surgiu na África. Com base em escavações e estudos arqueológicos realizados no continente africano, cientistas e pesquisadores afirmaram que, após uma longa evolução, esse ancestral pode ter dado origem ao Homo sapiens sapiensdenominação científica do homem moderno. Nossos ancestrais passaram a migrar da África e a povoar os demais continentes há mais de 130 mil anos. 

 Figura1. baseado em: www.infoescola.com/historia/chegada-do-homem-a-america

Há cerca de 150.000 anos começou uma nova diáspora africana: a dos hominídeos anatomicamente modernos. Essa dispersão dos homens modernos foi mais rápida do que a dos arcaicos. Embora não tenhamos dados demográficos para os arcaicos, a amplitude geográfica/quantidade de sítios arqueológicos existentes, para poucas dezenas de milhares de anos, confirma que a expansão populacional moderna foi demograficamente avassaladora, mudando o cenário demográfico da espécie. Principalmente a partir de 30.000 anos atrás, quando grandes extensões de terras na Europa e na Ásia já estavam livres do gelo, a multiplicação de sítios dos chamados Homens de Cro-Magnon mostra uma cultura sofisticada, que incluía expressões de arte parietal como a Levantina. Suas cavernas pintadas estão em sítios conhecidos como Altamira, na Espanha, e Lascaux, na França. 

Da Europa e da Ásia, os homens modernos alcançaram os outros continentes, ainda que em período mais recente. Portanto, apenas o H. sapiens dispersou-se como espécie pandêmica, por todo o mundo. Pelas evidências arqueológicas atuais, a travessia das maiores barreiras geográficas, como os oceanos, teria acontecido apenas nos últimos 60.000 anos. Antes do final do último grande período glacial e do domínio europeu pelos Cro-Magnon, outros homens modernos, dotados de recursos tecnológicos que já incluíam a navegação, chegavam a lugares como a Austrália, e pouco mais tarde à América. 

Dominando tecnologias cada vez mais sofisticadas, o homem tornou-se capaz de explorar e manejar plantas e animais, armazenar bens, construir abrigos adequados a diferentes climas, bem como de confeccionar ferramentas e instrumentos que ampliaram enormemente sua capacidade adaptativa. Dotados de organização social cada vez mais complexa, e de linguagem elaborada, dominaram diversos ambientes, forrageando, caçando e pescando. Exploraram diversas possibilidades econômicas e ocuparam várias terras, limitados apenas pela própria capacidade de obter alimentos naturais (Bocquet-Appel & Najji, 2006). 

A CHEGADA DO HOMEM AS AMÉRICAS
Estes grupos humanos teriam vindo da Ásia e entrado na América através do Estreito de Bering congelado, que continha aproximadamente 100 quilômetros de largura. Na década de 1930 foram descobertos artefatos de pedra perto da cidade de Clóvis, no estado do Novo México, nos Estados Unidos, evidências as quais eram de ocupação humana no continente de 12 mil anos atrás. Essas eram as mais antigas encontradas até então. A “Cultura Clóvis” era formada por povos caçadores que produziam ferramentas em pedras, com uma técnica complexa e possuíam traços físicos semelhantes aos das populações asiáticas.

Desta forma, podemos constatar três teorias acerca da chegada do homem na América:
  • Teoria Clóvis;
  • Teoria da chegada pelo mar;
  • Teoria das diversas ondas migratórias para a América.

Teoria Clóvis
Descobertas realizadas no Novo México levaram a elaboração da Teoria de Clóvis, a qual sustenta a ideia de que o homem teria chegado a América entre 15 mil e 12 mil anos atrás, vindo da Ásia através do Estreito de Bering, que se encontrava congelado devido as baixas temperaturas. Posteriormente, o homem teria se irradiado por toda América do Norte e Central, até atingir a América do Sul por volta de 11 mil anos atrás.

Teoria da chegada pelo mar
A partir do ano de 1970, novas descobertas arqueológicas em outras regiões da América, como em Monte Verve no Chile, Aguazuque e Tequendama na Colômbia, Taima-taima na Venezuela e Lagoa Santa em Minas Gerais, no Brasil, indicam ocupações anteriores a cultura de Clóvis, que chegavam até 14.500 anos atrás. Os artefatos encontrados em pedra indicam o uso de técnicas mais simples, mostrando ocupações mais antigas do que as da Teoria de Clóvis. A análise dos restos humanos desses sítios revela características físicas mais parecidas com populações da Oceania e da África. Com base nessa nova descoberta foi elaborada uma nova teoria: a de que o homem teria chegado a América pelo mar, vindo da Oceania e de Ilhas do Oceano Pacífico.

Teoria das diversas ondas migratórias para a América
A terceira teoria é fortemente defendida pelo antropólogo e arqueólogo brasileiro Walter Neves, que defende que houve diversas ondas migratórias para a América, ocorridas em datas diferenciadas e compostas por grupos oriundos tanto da Ásia através do Estreito de Bering, quanto da Oceania.

Outras interpretações sobre a origem do homem na América:
Atualmente, já se reconhece sítios arqueológicos com datações confirmadas entre 15 mil e 25 mil anos atrás, como, por exemplo:
  • Sítios de Santa Eliana no Mato Grosso com 25 mil anos;
  • Sítios na Pensilvânia nos EUA com 17 mil anos;
  • Sitio em Old Crow no Canadá com 25 mil anos.

A polêmica de Niéde Guidon
Segundo os estudos da arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon, os vestígios encontrados nesses sítios, como, por exemplo, acúmulo de carvões, conjunto de pedras queimadas, pinturas rupestres, entre outros, datam de pelo menos 48 mil anos, representando então os vestígios mais antigos da presença humana na América. Segundo Niéde Guidon, a ocupação do Brasil e da América do Sul ocorreu por volta de 50 mil anos atrás.


REFERÊNCIAS
  • BOCQUET-APPEL, J-P. & NAJJI, S. Testing the hypothesis of a worldwide Neolithic demographic transition. Corroboration for American cemeteries. Current Anthropology, 47(2): 341-365, 2006.
  • MARTIN, F. D. El Largo Viaje: arqueología de los orígenes humanos y las primeras migraciones. Barcelona: Ediciones Bellaterra, 2005. 
  • MASSEY, D. et al. Worlds in Motion: understanding international migration at the end of the millenium. Clarendon, Press Oxford, 1993.