terça-feira, 10 de maio de 2016

A origem do Mercado Comum do Sul - Prof. Tiago Marinho


Tornou-se lugar comum considerar os anos 80 como sendo a década perdida para a economia latino-americana. Esgotou-se o processo de substituição das importações que esteve na raiz do desenvolvimento da economia da América Latina sem se poder vislumbrar com clareza a nova inserção internacional da região.

Indicadores sociais em acentuada queda contrastando com o contínuo crescimento demográfico, altas taxas inflacionárias, crise do estado que se mostra incapaz de continuar a investir em programas sociais e de infra estrutura, crescimento desmedido da dívida interna e externa tornando a América Latina exportadora de capitais, queda de 12% para 4% da participação da região no comércio internacional, são algumas das evidencias da crise da economia latino-americana.

A situação é ainda mais grave na medida que sua economia tem demonstrado competência na produção de bens que não se incluem no rol dos mais dinâmicos. Produtos com alto índice tecnológico não é prioridade na produção, o que torna o quadro ainda mais dramático quando comparado com o que ocorre no sudeste asiático.

Isto tudo favoreceu o resgate das idéias elaboradas pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) das Nações Unidas, na década de 50, onde se pregava a aproximação das economias latino-americanas para buscar maior eficiência e melhor utilização de seus recursos materiais, financeiros e econômicos. Neste contexto, os governos da Argentina e do Brasil decidem, pela primeira vez na história, por uma aproximação que marca a evolução política e econômica no Cone Sul.

Em 26 de março de 1991, foi assinado um acordo, que visava à constituição de um mercado comum entre a República Federativa do Brasil, a República Argentina, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai, denominado de Tratado de Assunção.

Os princípios básicos desse acordo, dizem respeito à ampliação das atuais dimensões de seus mercado nacionais; à aceleração dos seus processos de estabilização econômica com justiça social; ao aproveitamento mais eficaz dos recursos disponíveis; ao desenvolvimento científico e tecnológico; à preservação do meio ambiente e à adequada inserção internacional.

Na sua essência, o Tratado de Assunção cuida do compromisso dos quatro países de formar uma zona de livre comércio fixando, de forma genérica e superficial, os parâmetros básicos para o objetivo final, previsto para 31 de dezembro de 1994: o MERCOSUL. Hoje o MERCOSUL tem mais dois membros, a Venezuela e a Bolívia.

2° OLIMPÍADA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA - OBG

Atenção professores!!! 
A Olimpíada Brasileira de Geografia - OBG. 
Inscrições abertas. 
Não perca o prazo. Diretores e Coordenadores ofereçam a oportunidade para alunos e professores mostrarem seus talentos.
A Olimpíada Brasileira de Geografia (OBG) é uma olimpíada científica para estudantes das escolas públicas e particulares do Brasil, desde o 9° ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio. A Comissão Organizadora da OBG – COOBG está sendo formada por uma equipe voluntária de professores de várias instituições Brasileiras, como elencado no regulamento.

Os temas de interesse da Olimpíada Brasileira de Geografia envolvem a "Geografia" e as "Geociências".

Os estudantes participantes da olimpíada deverão demonstrar a sua capacidade de análise e interpretação dos fenômenos geográficos de modo integrado, rompendo com o dualismo geografia física x geografia humana que deve estar expressa nas metodologias de ensino e aprendizagem contidas na formação desses estudantes. Eventos dessa natureza primam pela competição, mas o objetivo da comissão científica da OBG é criar um espaço de colaboração e aproveitar o evento para o crescimento e a difusão de boas práticas de ensino.

A Olimpíada se desdobra em duas partes: uma prova competitiva e uma prova cooperativa, que se tornarão objeto de interesse de estudantes e professores, envolvendo no seu projeto questões como sustentabilidade e utilização ética dos recursos naturais, contribuindo para a criação de uma sociedade justa e participativa. É possível a participação em apenas uma das duas partes. A parte cooperativa não gera pontuações e não influi para a classificação da parte competitiva.

Regionalização do Espaço Mundial

Nesta semana irei abordar sobre um tema que sempre é tema de concursos e ENEM. A regionalização do espaço mundial é tema da geografia humana que faz uma análise sobre o desenvolvimento da economia mundial e social a partir do pós-guerra.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, ficou evidente a grande desigualdade econômica, científica e tecnológica existente entre os países. Durante desse quadro mundial, a partir da década de 1950 as expressões países desenvolvidos e países subdesenvolvidos começaram a ser frequentemente utilizadas e consequentemente a utilização da divisão mundial na época no sentido norte e sul.

PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO MUNDOS

Havia no passado uma outra maneira de regionalizar o mundo e também foi introduzida no pós-guerra. Em 1952, o demógrafo francês Alfred Sauvy, ao estudar a economia mundial, usou pela primeira vez a expressão Terceiro Mundo, referindo-se aos países que não tinham participação nas decisões políticas mundiais. Após ter sido usada por Sauvy, essa expressão popularizou-se nos meios jornalísticos, diplomáticos e acadêmicos entre 1952 e 1991.
Essa regionalização adotou o método de Sauvy para organização socioeconômica dos países, assim costumou-se também a regionalização em: 
  • Primeiro Mundo: Reunia países capitalistas desenvolvidos;
  • Segundo Mundo: formado pelos países socialistas de economia planificada;
  • Terceiro Mundo: Reunia os países capitalistas subdesenvolvidos, localização do Brasil na época.

GUERRA FRIA
Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na década de 1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".

CORRIDA ESPACIAL

Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia. Na urgência de se mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética procuraram melhorar os seus arsenais militares. Como consequência, algumas tecnologias conhecidas hoje (como alguns tecidos sintéticos) foram frutos dessa corrida.

A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial necessária para o lançamento de mísseis e de foguetes é praticamente a mesma, e portanto os dois países investiram pesadamente na tecnologia espacial. Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos americanos, carregados de artefatos nucleares que sobrevoavam as fronteiras com a URSS constantemente, a URSS começou a investir em uma nova geração de armas que compensasse esta debilidade estratégica. Assim, a União Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957, quando os soviéticos lançaram Sputnik 1, o primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta. Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik 2 e, dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika.

Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I, em 1958. Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos conseguiram lançar a Vostok 1, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e salvo. AstronautaBuzzAldrin fotografado por Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar na Lua) durante a missão Apollo 11, em 20 de julho de 1969.



A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos apressaram-se para vencer os estadunidenses na chegada ao satélite. 

As missões Zond deveriam levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões não-tripuladas, Zond 5 e Zond 6, em 1968. Os Estados Unidos, por outro lado, conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.

O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11 conseguiu realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.


A corrida espacial se tornou secundária com a distensão dos anos 1960-1970, mas volta a ter relevância nos anos 1980, no que pode ser considerado o último capítulo daquela disputa. O presidente dos Estados Unidos anuncia investimentos bilionários na construção de um sistema espacial de defesa anti-mísseis balísticos. A oficialmente denominada Iniciativa Estratégica de Defesa e conhecida como guerra nas estrelas, poderia defender o território americano dos mísseis russos e acabar com a lógica da Destruição Mútua Assegurada.


Neste contexto os Estados Unidos enviam ao espaço o primeiro veículo espacial reutilizáveis: o ônibus espacial. A URSS levaria alguns anos para construir a sua versão do ônibus espacial, (o Buran) mas foi a primeira a colocar no espaço uma nave espacial armada de ogivas nucleares, a Polyus, que teria sido destruída pelos próprios líderes soviéticos em 1987, quando já estavam avançadas as negociações diplomáticas para por fim à Guerra Fria.

ARPANET

Outro campo em que ocorreu grande desenvolvimento durante a Guerra Fria foi o das comunicações. Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960, O Pentágono financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os computadores, que envolveu centros de pesquisa militares e civis, como algumas das principais universidades americanas. A rede de comunicações criada pela agência Arpa ficaria conhecida como Arpanet.


A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio soviético, a central de informações não estaria em um só lugar, mas sim em vários pontos conectados em uma rede, ou seja, cada nó da rede funcionaria como uma central, todas conectadas entre si. A infraestrutura da rede foi construída com fibra óptica para não sofrer interferência dos pulsos eletromagnéticos produzidos pelas explosões nucleares. O sistema foi inaugurado com sucesso em 1969, na Universidade da Califórnia (UCLA), com o envio de uma mensagem de caracteres para outro servidor.


Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins militares e acadêmicos. Somente em Convenção realizada no ano de 1987 a rede seria liberada para uso comercial. A partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet. Em 1990, o físico inglês Tim Berners-Lee criaria o HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto). Na década de 1990 a Internet passaria por um processo de expansão gigantesco, tornando-se um grande meio de comunicação da atualidade.

REFERÊNCIA
  • Melhem Adas, Ségio Adas. Expedições Geográficas. Pág. 36-40. 2011.
  • House, Jonathan. A Military History of the Cold War, 1944-1962 (2012)
  • World News - Subversão nos países alvo da extinta URSS. Vídeo (em inglês) legendado (em português). Página visitada em 11 de Setembro de 2013.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

GÊNESE, ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA


A ciência que se dedica ao estudo da história da Terra e suas transformações é a Geologia, através dos estudos das rochas e dos fósseis. A idade da Terra é calculada em cerca de 4,5 bilhões de anos e, para sistematizar o estudo da sua evolução, dividiu a sua idade em eras, períodos, épocas, idades e fases.

Eras: Azóica, Arqueozóica, Proterozóica, Paleozóica, Mesozóica (Jurássico, Triássico e Cretáceo) e Cenozóica (Terciário e Quaternário).

Datação e classificação: para tempos geológicos remotos (isótopo de urânio de número atômico 238) e para tempos recentes (isótopo de carbono 14).

Origem: Nuvem de poeira cósmica em rotação – o planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reações químicas.
O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva.
O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas.

Crosta / Litosfera: superior formada por SIAL e a inferior por SIMA; espessura varia de 5 a 70 km; é uma camada descontínua, formada por placas tectônicas que flutuam sobre o substrato magmático.

Manto: constituído por magma em estado líquido e pastoso (astenosfera). O movimento desse material forma células de convecção que, por meio de pressão, ocasionam o movimento da crosta dando origem aos terremotos e vulcanismos.

Núcleo: níquel e ferro em estado viscoso e sólido devido às elevadas temperaturas e pressões internas.
A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrentes do resfriamento do planeta, originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação. As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares, e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares.
No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, de Parima, Pacaraíma, Tumucumaque, etc. e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc.
Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes, os Andes, o Himalaia, e as Rochosas.
Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente. Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comumente encontrados nas bacias sedimentares.
ROCHAS

a) Magmáticas: formada pela emissão de lavas.
 Extrusivas/Vulcânicas: se formaram na superfície por um rápido processo de resfriamento (basalto).
 Intrusiva/plutônica: se formaram no interior da crosta por um lento processo de resfriamento (granito e diabásio).
b) Sedimentares: deposição de detritos de outras rochas e/ou acumulo de detritos orgânicos.
 Detríticas: acumulação de fragmentos de outras rochas (arenito, argilito, varvito, folhelho).
 Químicas: transformações de determinados materiais em contato com a água (cloreto de sódio → sal gema, estalactites e estalagmites).
 Orgânicas: acumulação e soterramento de matéria orgânica (conchas, corais → calcário; vegetais → carvão mineral).
c) Metamórficas: transformação de outras rochas sob determinada condição de temperatura e pressão (granito → gnaisse; xisto → ardósia; calcário → mármore; arenito → quartzito).

OBS.: As rochas mais antigas são as magmáticas seguidas pelas metamórficas. Elas datam das eras Pré-Cambriana e Paleozóica. Já as rochas sedimentares são de formação mais recente: datam das eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica. Essas rochas formam um verdadeiro capeamento, ou seja, encobrem as rochas magmáticas e as metamórficas quando estas não estão afloradas à superfície da Terra.

DERIVA CONTINENTAL E TECTÔNICA DE PLACAS

A mais conhecida teoria a respeito da distribuição das massas continentais é a teoria da Deriva Continental de autoria de Alfred Wegener (1910). De acordo com essa teoria, todos os continentes hoje existentes, estavam reunidos inicialmente em uma única e gigantesca massa continental chamada Pangéia. A partir do período Jurássico (mais ou menos 180 a 200 milhões de anos atrás) a Pangéia começou a sofre um processo de divisão, originando os vários blocos continentais atuais.
Na primeira divisão, formaram-se dois supercontinentes: Laurásia (Norte) e Gondwana (Sul). Nas etapas seguintes, os dois supercontinentes sofreram novas separações, além das migrações dos blocos continentais, até que, nos últimos 65 milhões de anos (período Terciário), os continentes e oceanos adquiriram a configuração atual.

A recente teoria da Tectônica de Placas procura demonstrar que a crosta terrestre flutua sobre um substrato magmático em estado pastoso denominado astenosfera. De acordo com essa teoria, o deslocamento das placas provoca nos seus limites externos, deformações como dobramentos, falhamentos, terremotos e vulcanismos. Tal teoria usa de imagens de satélites, da idade das rochas dos fundos oceânicos que aumentam à medida que se distanciam das dorsais e dos fósseis da mesma espécie e idade encontrados em continentes distantes.

Na faixa de contato entre as placas a crosta é frágil, o que permite o escape do magma, originando os vulcões e, em função do atrito, a ocorrência de terremotos. Quando uma placa mergulha em direção ao manto é destruída. Com a pressão exercida pela placa que mergulhou, a outra dobra-se, enruga-se e soergue-se formando as grandes cadeias montanhosas do planeta denominadas dobramentos modernos. Por serem relativamente recentes, acham-se pouco desgastadas, apresentam elevada altitude e forte instabilidade tectônica.


ZONAS DE CONTATOS ENTRE AS PLACAS:

a) zona de divergência: zonas de afastamento entre as placa nas cordilheiras meso-oceânicas.
b) zona de subducção: entre uma placa continental e uma placa oceânica.
c) zona de abducção ou colisão: entre duas placas continentais.


AGENTES DO RELEVO

a) Internos ou endógenos: agentes criadores do relevo atuando do interior em direção à superfície podendo ocorrer de forma lenta e prolongada ou com violência e rapidez (vulcanismo, abalos sísmicos, tectonismo/diastrofismo/distorções que podem exercer pressões verticais (epirogênese) ou pressões horizontais (orogênese)).
b) Externos ou exógenos: agentes modeladores do relevo atuando na superfície da Terra de forma lenta, contínua e permanente (ação das águas, do vento, do homem e dos animais → intemperismo físico, químico e biológico).


ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO BRASILEIRO

O embasamento cristalino brasileiro formou-se na era pré-cambriana a partir do resfriamento do magma que deu origem aos dobramentos ancestrais que passaram a constituir o Escudo das Guianas, as serras do planalto Atlântico e do planalto Meridional. Esses escudos afloram em cerca de 36% do território, sendo que 32% são de formações arqueozóicas e 4% de proterozóica (jazidas minerais metálicos).
As bacias sedimentares antigas (Meio Norte, Paraná, São Francisco) começaram a se formar no final do pré-cambriano. Durante o período devoniano, essas bacias foram amplamente recobertos pela transgressão marinha, voltando a emergir no final desse período quando houve a regressão marinha.
A Bacia do Paraná foi atingida parcialmente por uma glaciação no final da Paleozóica contribuindo para a formação das jazidas de carvão mineral do RS e SC. Essa bacia sofreu intensa modificação com os derrames vulcânicos dos períodos Jurássico e Cretáceo (Mesozóica) resultando na consolidação do basalto e diabásio, que com o intemperismo ao longo do tempo deu origem à terra roxa.
As bacias sedimentares consideradas recentes (Costeiras, Pantanal e Amazônica) começaram a se formar no final da era Mesozóica pelo acúmulo de sedimentos provenientes de outras regiões.
Relevo Brasileiro: resultado do processo de intemperismo (físico, químico e biológico), da sedimentação das bacias e da ausência de movimentos tectônicos (0 até 200 m = 41%; 200 até 900m = 56%; 900 até 1200m = 2,5%; + 1200m = 0,5%).


CLASSIFICAÇÃO.a) Aroldo de Azevedo – publicado no final dos anos 40 a sua classificação utilizou como critério das formas de relevo o nível altimétrico, ou seja, as superfícies aplainadas acima de 200 m foram consideradas planaltos e as superfícies aplainadas inferiores a 200 m, planícies. Os 04 planaltos (das Guianas, Atlântico, Meridional e Central) e as 04 planícies (Costeira, Amazônica, Pantanal e Pampas) geralmente encaixavam/coincidiam com a estrutura geológica do território.
b) Aziz Ab’Saber – elaborada nos anos 60, manteve grande parte da proposta da classificação anterior embora tenha utilizado como critério das formas de relevo o processo de erosão/sedimentação: Planaltos (das Guianas, do Maranhão-Piauí, Nordestino, Serras e Planaltos do Leste Sudeste, Central, Meridional e Uruguaio-riograndense); Planícies e Terras baixas (Costeira, Amazônica e do Pantanal).
c) Jurandyr Ross – classificação publicada em 1995 com base nos dados obtidos pelo Projeto Radam-Brasil do Ministério das Minas e Energia. Essa nova classificação levou em consideração a origem e evolução geológica das diversas áreas, o processo de erosão/sedimentação que ocorrem nos tempos atuais, a atuação dos climas e o nível altimétrico do lugar. Com isso, o relevo brasileiro é formado por 11 planaltos e 11 depressões (que corresponde a 95% do território nacional) e 06 planícies (que corresponde a 5%).
- Planalto: superfície mais ou menos plana com altitude superiores a 300 m onde processo de erosão e superior que a sedimentação.
- Depressão: superfícies mais planas situadas entre 100 e 500 m circundadas por áreas mais elevadas apresentando inclinação suave onde predomina a erosão.
- Planícies: superfícies extremamente planas onde o processo de sedimentação é superior à erosão.

BIBLIOGRAFIA:GARCIA. H. C. & GARAVELLO. T. M. Geografia do Brasil I. Apostila Anglo Vestibulares. Editora Anglo. P. 13 a 18. 2ª ed. 2002.
ADAS. M. Panorama Geográfico do Brasil: Contradições, impasses e desafios socioespaciais. Editora Moderna. P. 322 a 339.
LUCCI. E. A. GEOGRAFIA – O Homem no espaço global. Editora Saraiva. 4ª ed. P. 320 a 336. 1999.
COELHO. M. A. & TERRA. L. Geografia Geral: O espaço natural e socioeconômico. Editora Moderna. 4ª ed. P. 68 a 103. 2001.

Novos projetos, novos desafios

Olá amigos do blog Geografia. Estou voltando com uma grande novidade. Estou com um projeto novo que irá fazer parte do blog. O projeto GeoMinds Free Education. Esse projeto foi desenvolvido para aplicar toda minha experiência em atividades lúdicas nas áreas de Astronomia, Meio Ambiente e Geociências com Geologia e Mineralogia. Não irei mudar a proposta do blog que é falar de geografia e inovações educacionais mas teremos participação nestas outras áreas que compõem o projeto GeoMinds. 

AGUARDEM NOVIDADES!!!!!!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Geologia Médica no Espaço Ciência

Quem tiver interesse em assistir a palestra, "Geologia Médica", estarei no Espaço Ciência em Olinda no dia 03 de junho de 2015 às 14:00h 

Público alvo: 
  • Alunos a partir do Fundamental 2
  • Alunos de graduação dos cursos de Geografia, Geologia, Enfermagem, Biologia, Gestão Ambiental e áreas afins.
Professores nestas áreas também estão convidados.

Mas se você quer ter essa palestra e outras atividades em sua faculdade ou colégio entre em contato agora mesmo pelo Email: tiagomarinho@outlook.com 

Aqui no blog tem uma lista de atividades e os valores/cada. Aguardo o seu contato!

Para mais informações sobre a Semana do Meio Ambiente entre no site do Espaço Ciência: www.espacociencia.pe.gov.br. Responsável Coordenadora Fabiana Carmo.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Palestra sobre Geologia Médica

No dia 27/05/2015 estarei com mais uma palestra sobre "Geologia Médica", agora no Colégio Santa Emília, na unidade do Cordeiro. 

A palestra é destinada aos alunos, mas quem tiver interesse em acompanhar só é entrar em contato com o colégio pelo site: http://www.colegiosantaemilia.com.br/cordeiro/ ou pelo facebook: www.facebook.com/CSE.UnidadeCordeiro?fref=ts

Mais informações: tiagomarinho@outlook.com


quinta-feira, 14 de maio de 2015

Palestra sobre Geologia Médica em Olinda!

Quem tiver interesse em assistir a palestra, "Geologia Médica", estarei no Espaço Ciência em Olinda no dia 03 de junho de 2015 às 14:00h 

Público alvo: 
  • Alunos a partir do Fundamental 2
  • Alunos de graduação dos cursos de Geografia, Geologia, Enfermagem, Biologia, Gestão Ambiental e áreas afins.
Professores nestas áreas também estão convidados.

Mas se você quer ter essa palestra e outras atividades em sua faculdade ou colégio entre em contato agora mesmo pelo Email: tiagomarinho45@gmail.com

Aqui no blog tem uma lista de atividades e os valores/cada. Aguardo o seu contato!

Para mais informações sobre a Semana do Meio Ambiente entre no site do Espaço Ciência: www.espacociencia.pe.gov.br. Responsável Coordenadora Fabiana Carmo.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Eclipse solar total poderá ser visto no Hemisfério Norte


Um eclipse solar total poderá ser visto por uma pequena parte do planeta nesta sexta-feira (20). O fenômeno, que ocorre quando a Lua fica entre o Sol e Terra, encobrindo o primeiro. Evento é um dos mais raros no mundo e apenas pessoas que moram na Europa e talvez no norte da África e Ásia irão assistir o eclipse. Habitantes das Ilhas Faroe serão os únicos que verão o fenômeno na sua totalidade. 

O eclipse irá passar pelo Atlântico Norte e o Oceano Ártico, passando pela  Groenlândia, Reino Unido, Noruega e finalizando no Polo Norte. Mesmo que o acontecimento não vá ser visível no Brasil, é preciso lembrar que devemos tomar cuidado ao olhar diretamente para o Sol em casos do tipo. O uso de óculos escuros não é suficiente para proteger o olho humano, que pode sofrer lesões na retina. O ideal é utilizar um vidro especial ou um filtro para observar o evento. Quem estiver interessado, poderá acompanhar o eclipse pela internet a partir das 5:00 h da manhã no horário de Brasília. 

Para assistir o eclipse acesse: www.apolo11.com ou http://main.slooh.com/

Fonte: Diário de Pernambuco
Henrique Souza - Pernambuco.com
Publicação: 19/03/2015 10:16 Atualização: 19/03/2015 10:30

terça-feira, 3 de março de 2015

Olimpíada Brasileira de Cartografia

1° Olimpíada Brasileira de Cartografia. Ótima oportunidade professores!
Para mais informações:
Uma olimpíada é um desafio, e desafios são incentivos para melhorar o rendimento escolar de estudantes que podem ser despertados para o estudo, neste caso, da representação espacial, da orientação e uso de mapas. A proposta da I Olimpíada Brasileira de Cartografia - OBRAC - tem abrangência nacional e está voltada para alunos do Ensino Médio, com idades entre 14 e 18 anos, das escolas da rede pública e privada. Dentre os objetivos do evento destaca-se: estimular, na escola, o interesse pelas Ciências, especialmente pela Cartografia; prover aos professores o conhecimento e ferramentas para o ensino dinâmico e participativo em áreas que abrangem o conteúdo cartográfico, como geografia e matemática; prover a socialização de professores e alunos através de atividades coletivas e fomentar a formação de recursos humanos para atuação na área de Cartografia e das geotecnologias.

 A olimpíada será executada em duas etapas: na primeira, cada escola participante deverá formar uma equipe de no máximo 4 alunos mais um professor responsável, que se inscreverão através do web site www.olimpiadadecartografia.uff.br. 

Na primeira etapa, serão elaboradas questões relacionadas a cartografia que estarão disponíveis aos inscritos no site, via plataforma Moodle. Na segunda etapa, cada equipe deverá realizar uma atividade proposta e enviar para a comissão de avaliação das olimpíadas que fará a avaliação dos trabalhos práticos recebidos (mapas digitais ou analógicos elaborados, instrumentos) e selecionará as três melhores equipes. Estas farão a etapa final na cidade do Rio de Janeiro, onde realizarão um conjunto de atividades práticas, inclusive com participação na corrida de orientação que ocorrerá durante a Conferência Internacional de Cartografia (agosto de 2015), sendo a equipe vencedora desta fase considerada a campeã da I Olimpíada Brasileira de Cartografia.

Organização



 Apoio
CHAMADA MCTI/CNPQ/SECIS/MEC/CAPES N° 43/2014
   

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O FIM DA EVOLUÇÃO HUMANA

A história evolutiva da espécie humana, com sua vasta galeria de antepassados, pode estar chegando ao fim.

 Artigo: Ian Tattersall

Para o paleoantropólogo britânico Ian Tattersall, a história evolutiva da espécie humana, com sua vasta galeria de antepassados, pode estar chegando ao fim. Por Giovanni Spataro

A evolução humana é hoje um dos principais temas dos debates científicos. Novas descobertas estão desafiando conhecimentos estabelecidos.

Considere, por exemplo, o hominídeo de Flores - um verdadeiro ponto de interrogação em nossa história evolutiva. Mas o mérito cabe também a cientistas como Ian Tattersall, autoridade no campo da paleoantropologia e entusiasmado divulgador da evolução e de tudo que gira em torno do tema. Prova disso é o que aconteceu no Teatro Palladium, em Roma. Depois de uma hora de entrevista para a Radio 3 Scienza, Tattersall conversou com os estudantes que assistiram ao programa. Rodeado por jovens cheios de perguntas, divertiu-se com tanta curiosidade e ímpeto e não economizou nas respostas. 


Scientific American: A paleoantropologia costuma ser considerada uma ciência estática, um campo de pesquisa em que é difícil fazer descobertas. Isso corresponde à situação atual?

Ian Tattersall: Jamais houve um período tão empolgante na paleontologia humana como o que vivemos hoje. Não só dispomos de mais fósseis do que antigamente como temos novas técnicas para analisar os dados.

Sciam: As fontes de informação são muito diversas, vão desde a genética até a anatomia. Como usar os dados disponíveis?

Tattersall: É justamente esse o desafio. Há estudos que fornecem vários tipos de informação, e o problema futuro será integrá-los. As hipóteses evolutivas baseadas em dados morfológicos não estão de acordo com as baseadas em dados genéticos, ainda que, em geral, as informações provenientes dos dois campos - a paleoantropologia física e a genética - tendam a se reforçar mutuamente.

Sciam: Com dados mais bem integrados, é possível que o número de antepassados humanos diminua? Particularmente a espécie dos hominídeos?

Tattersall: Não creio. A tendência geral é reconhecer não só mais espécies, mas também mais gêneros. Somos hoje a única espécie de hominídeos na Terra e projetamos essa situação para o passado. Mas com as diferentes técnicas e o número cada vez maior de fósseis disponíveis, descobrimos que existe - e existia no passado - uma grande diversidade. Em suma, a história da espécie humana é marcada pela luta contínua entre diversas espécies de hominídeos. Há muitas hipóteses a respeito de quantas espécies teriam existido. Minha opinião é de cerca de 20 nos últimos 6 milhões de anos. 

Sciam: O Homo floresiensis faz parte desse grupo? Ainda se debate se devemos ou não considerá-lo nosso antepassado.

Tattersall: Não creio que alguém defenda que o hominídeo de Flores deva ser catalogado entre nossos antepassados. Na gruta onde foi descoberto o crânio do primeiro H. floresiensis foi encontrado recentemente o maxilar de um segundo indivíduo da mesma espécie. Isso nos leva a pensar que se trata, provavelmente, de uma população local com alguma doença A única alternativa é considerar que o hominídeo de Flores seja o representante de uma espécie que não conhecíamos, mas não há razões convincentes para incluí-lo no gênero Homo. Mas se for, de fato, uma espécie de hominídeo, sua ligação conosco é extremamente remota. Nesse caso, o hominídeo de Flores representaria um dos descendentes dos primeiros hominídeos que emigraram da África, em vez de uma forma degenerada de Homo erectus, como se acreditou logo após sua descoberta. 

Sciam: Falemos do presente. As pesquisas em paleontologia são úteis para cientistas sociais e estudiosos que criticam outras abordagens da evolução social de nossa espécie? Refiro-me à sociobiologia, segundo a qual há uma relação direta entre genes e comportamento.

Tattersall: A sociobiologia é uma abordagem válida quando aplicada a sistemas como os insetos sociais, mas não funciona no caso de realidades muito complexas do ponto de vista cognitivo, como o Homo sapiens. Além disso, a sociobiologia implica uma visão dos processos evolutivos estreitamente ligada à seleção natural, e não creio que sua influência seja tão grande quanto a que lhe costumam atribuir. Se levarmos em conta uma característica por vez, por exemplo a expansão do volume do cérebro, então é possível pensar que a seleção tenha um papel no processo evolutivo. Mas os genomas são estruturas extremamente complexas, e a única coisa que a seleção natural pode fazer é determinar o êxito de um indivíduo, não o tamanho de seu cérebro.

Sciam: Nos últimos anos foram publicadas diversas pesquisas que evidenciam mutações recentes e seleção dos genes que compõem o DNA humano. Nossa espécie ainda está evoluindo?

Tattersall: Se considerarmos os genes isoladamente, a resposta é afirmativa: podemos registrar mudanças no patrimônio genético humano. Mas não creio que sejam mudanças importantes do ponto de vista evolutivo. Trata-se de flutuações que surgem ciclicamente em todas as espécies. Para ser verdadeiramente nova, uma mutação deve ocorrer em populações formadas por poucos indivíduos. Do ponto de vista genético, apenas as populações pequenas são suficientemente instáveis para originar alguma característica evolutiva nova. Hoje a população humana está muito interconectada, e é cada vez mais fácil os indivíduos se deslocarem. Estão ausentes as condições necessárias para o surgimento de mudanças significativas do ponto de vista evolutivo.

Sciam: Isso quer dizer que a globalização prejudica a evolução da espécie humana?

Tattersall: A globalização é um processo de modernização, mas certamente não encoraja a inovação evolutiva.

Sciam: E para outras espécies, é possível observar sua evolução e estudá-la com novos meios?

Tattersall: Teoricamente sim. Ao se tornar uma espécie cada vez mais difusa em todas as partes do planeta, o Homo sapiens está fragmentando o hábitat de outros seres vivos. Assim, está criando as condições para inovações evolutivas. Possivelmente presenciaremos a evolução de outras espécies no futuro. Se esses fenômenos vão ocorrer ou não em escala temporal que permita a observação

QUEM É
Ian Tattersall nasceu na Inglaterra em 1945 e cresceu na África oriental.
Estudou arqueologia e antropologia na Universidade de Cambridge e geologia e paleontologia de vertebrados na Universidade Yale, onde obteve, em 1971, o doutorado em geologia e geofísica.
Publicou mais de 200 artigos científicos e diversos livros de divulgação, entre eles Becoming human: evolution and human uniqueness (1999) e The human odyssey: four million years of human evolution (2001).
Coordena a Divisão de Antropologia do Museu Americano de História Natural de Nova York. 

Fonte: Scientific American Brasil