
Tornou-se
lugar comum considerar os anos 80 como sendo a década perdida para a
economia latino-americana. Esgotou-se o processo de substituição das
importações que esteve na raiz do desenvolvimento da economia da América
Latina sem se poder vislumbrar com clareza a nova inserção
internacional da região.
Indicadores
sociais em acentuada queda contrastando com o contínuo crescimento
demográfico, altas taxas inflacionárias, crise do estado que se mostra
incapaz de continuar a investir em programas sociais e de infra
estrutura, crescimento desmedido da dívida interna e externa tornando a
América Latina exportadora de capitais, queda de 12% para 4% da
participação da região no comércio internacional, são algumas das
evidencias da crise da economia latino-americana.
A
situação é ainda mais grave na medida que sua economia tem demonstrado
competência na produção de bens que não se incluem no rol dos mais
dinâmicos. Produtos com alto índice tecnológico não é prioridade na
produção, o que torna o quadro ainda mais dramático quando comparado com
o que ocorre no sudeste asiático.
Isto
tudo favoreceu o resgate das idéias elaboradas pela Comissão Econômica
para a América Latina e Caribe (CEPAL) das Nações Unidas, na década de
50, onde se pregava a aproximação das economias latino-americanas para
buscar maior eficiência e melhor utilização de seus recursos materiais,
financeiros e econômicos. Neste contexto, os governos da Argentina e do
Brasil decidem, pela primeira vez na história, por uma aproximação que
marca a evolução política e econômica no Cone Sul.
Em
26 de março de 1991, foi assinado um acordo, que visava à constituição
de um mercado comum entre a República Federativa do Brasil, a República
Argentina, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai,
denominado de Tratado de Assunção.
Os
princípios básicos desse acordo, dizem respeito à ampliação das atuais
dimensões de seus mercado nacionais; à aceleração dos seus processos de
estabilização econômica com justiça social; ao aproveitamento mais
eficaz dos recursos disponíveis; ao desenvolvimento científico e
tecnológico; à preservação do meio ambiente e à adequada inserção
internacional.
Na
sua essência, o Tratado de Assunção cuida do compromisso dos quatro
países de formar uma zona de livre comércio fixando, de forma genérica e
superficial, os parâmetros básicos para o objetivo final, previsto para
31 de dezembro de 1994: o MERCOSUL. Hoje o MERCOSUL tem mais dois membros, a Venezuela e a Bolívia.
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