
A ciência que se dedica ao estudo da história da Terra e suas
transformações é a Geologia, através dos estudos das rochas e dos
fósseis. A idade da Terra é calculada em cerca de 4,5 bilhões de anos e,
para sistematizar o estudo da sua evolução, dividiu a sua idade em
eras, períodos, épocas, idades e fases.
Eras: Azóica, Arqueozóica, Proterozóica, Paleozóica, Mesozóica (Jurássico, Triássico e Cretáceo) e Cenozóica (Terciário e Quaternário).
Datação e classificação: para tempos geológicos remotos (isótopo de urânio de número atômico 238) e para tempos recentes (isótopo de carbono 14).
Origem: Nuvem de poeira cósmica em rotação – o planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reações químicas.
O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva.
O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas.
Crosta / Litosfera: superior formada por SIAL e a inferior por SIMA; espessura varia de 5 a 70 km; é uma camada descontínua, formada por placas tectônicas que flutuam sobre o substrato magmático.
Manto: constituído por magma em estado líquido e pastoso (astenosfera). O movimento desse material forma células de convecção que, por meio de pressão, ocasionam o movimento da crosta dando origem aos terremotos e vulcanismos.
Núcleo: níquel e ferro em estado viscoso e sólido devido às elevadas temperaturas e pressões internas.
A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrentes do resfriamento do planeta, originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação. As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares, e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares.
No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, de Parima, Pacaraíma, Tumucumaque, etc. e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc.
Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes, os Andes, o Himalaia, e as Rochosas.
Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente. Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comumente encontrados nas bacias sedimentares.
ROCHAS
a) Magmáticas: formada pela emissão de lavas.
Extrusivas/Vulcânicas: se formaram na superfície por um rápido processo de resfriamento (basalto).
Intrusiva/plutônica: se formaram no interior da crosta por um lento processo de resfriamento (granito e diabásio).
b) Sedimentares: deposição de detritos de outras rochas e/ou acumulo de detritos orgânicos.
Detríticas: acumulação de fragmentos de outras rochas (arenito, argilito, varvito, folhelho).
Químicas: transformações de determinados materiais em contato com a água (cloreto de sódio → sal gema, estalactites e estalagmites).
Orgânicas: acumulação e soterramento de matéria orgânica (conchas, corais → calcário; vegetais → carvão mineral).
c) Metamórficas: transformação de outras rochas sob determinada condição de temperatura e pressão (granito → gnaisse; xisto → ardósia; calcário → mármore; arenito → quartzito).
OBS.: As rochas mais antigas são as magmáticas seguidas pelas metamórficas. Elas datam das eras Pré-Cambriana e Paleozóica. Já as rochas sedimentares são de formação mais recente: datam das eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica. Essas rochas formam um verdadeiro capeamento, ou seja, encobrem as rochas magmáticas e as metamórficas quando estas não estão afloradas à superfície da Terra.
DERIVA CONTINENTAL E TECTÔNICA DE PLACAS
A mais conhecida teoria a respeito da distribuição das massas continentais é a teoria da Deriva Continental de autoria de Alfred Wegener (1910). De acordo com essa teoria, todos os continentes hoje existentes, estavam reunidos inicialmente em uma única e gigantesca massa continental chamada Pangéia. A partir do período Jurássico (mais ou menos 180 a 200 milhões de anos atrás) a Pangéia começou a sofre um processo de divisão, originando os vários blocos continentais atuais.
Na primeira divisão, formaram-se dois supercontinentes: Laurásia (Norte) e Gondwana (Sul). Nas etapas seguintes, os dois supercontinentes sofreram novas separações, além das migrações dos blocos continentais, até que, nos últimos 65 milhões de anos (período Terciário), os continentes e oceanos adquiriram a configuração atual.
A recente teoria da Tectônica de Placas procura demonstrar que a crosta terrestre flutua sobre um substrato magmático em estado pastoso denominado astenosfera. De acordo com essa teoria, o deslocamento das placas provoca nos seus limites externos, deformações como dobramentos, falhamentos, terremotos e vulcanismos. Tal teoria usa de imagens de satélites, da idade das rochas dos fundos oceânicos que aumentam à medida que se distanciam das dorsais e dos fósseis da mesma espécie e idade encontrados em continentes distantes.
Na faixa de contato entre as placas a crosta é frágil, o que permite o escape do magma, originando os vulcões e, em função do atrito, a ocorrência de terremotos. Quando uma placa mergulha em direção ao manto é destruída. Com a pressão exercida pela placa que mergulhou, a outra dobra-se, enruga-se e soergue-se formando as grandes cadeias montanhosas do planeta denominadas dobramentos modernos. Por serem relativamente recentes, acham-se pouco desgastadas, apresentam elevada altitude e forte instabilidade tectônica.
ZONAS DE CONTATOS ENTRE AS PLACAS:
a) zona de divergência: zonas de afastamento entre as placa nas cordilheiras meso-oceânicas.
b) zona de subducção: entre uma placa continental e uma placa oceânica.
c) zona de abducção ou colisão: entre duas placas continentais.
AGENTES DO RELEVO
a) Internos ou endógenos: agentes criadores do relevo atuando do interior em direção à superfície podendo ocorrer de forma lenta e prolongada ou com violência e rapidez (vulcanismo, abalos sísmicos, tectonismo/diastrofismo/distorções que podem exercer pressões verticais (epirogênese) ou pressões horizontais (orogênese)).
b) Externos ou exógenos: agentes modeladores do relevo atuando na superfície da Terra de forma lenta, contínua e permanente (ação das águas, do vento, do homem e dos animais → intemperismo físico, químico e biológico).
ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO BRASILEIRO
O embasamento cristalino brasileiro formou-se na era pré-cambriana a partir do resfriamento do magma que deu origem aos dobramentos ancestrais que passaram a constituir o Escudo das Guianas, as serras do planalto Atlântico e do planalto Meridional. Esses escudos afloram em cerca de 36% do território, sendo que 32% são de formações arqueozóicas e 4% de proterozóica (jazidas minerais metálicos).
As bacias sedimentares antigas (Meio Norte, Paraná, São Francisco) começaram a se formar no final do pré-cambriano. Durante o período devoniano, essas bacias foram amplamente recobertos pela transgressão marinha, voltando a emergir no final desse período quando houve a regressão marinha.
A Bacia do Paraná foi atingida parcialmente por uma glaciação no final da Paleozóica contribuindo para a formação das jazidas de carvão mineral do RS e SC. Essa bacia sofreu intensa modificação com os derrames vulcânicos dos períodos Jurássico e Cretáceo (Mesozóica) resultando na consolidação do basalto e diabásio, que com o intemperismo ao longo do tempo deu origem à terra roxa.
As bacias sedimentares consideradas recentes (Costeiras, Pantanal e Amazônica) começaram a se formar no final da era Mesozóica pelo acúmulo de sedimentos provenientes de outras regiões.
Relevo Brasileiro: resultado do processo de intemperismo (físico, químico e biológico), da sedimentação das bacias e da ausência de movimentos tectônicos (0 até 200 m = 41%; 200 até 900m = 56%; 900 até 1200m = 2,5%; + 1200m = 0,5%).
CLASSIFICAÇÃO.a) Aroldo de Azevedo – publicado no final dos anos 40 a sua classificação utilizou como critério das formas de relevo o nível altimétrico, ou seja, as superfícies aplainadas acima de 200 m foram consideradas planaltos e as superfícies aplainadas inferiores a 200 m, planícies. Os 04 planaltos (das Guianas, Atlântico, Meridional e Central) e as 04 planícies (Costeira, Amazônica, Pantanal e Pampas) geralmente encaixavam/coincidiam com a estrutura geológica do território.
b) Aziz Ab’Saber – elaborada nos anos 60, manteve grande parte da proposta da classificação anterior embora tenha utilizado como critério das formas de relevo o processo de erosão/sedimentação: Planaltos (das Guianas, do Maranhão-Piauí, Nordestino, Serras e Planaltos do Leste Sudeste, Central, Meridional e Uruguaio-riograndense); Planícies e Terras baixas (Costeira, Amazônica e do Pantanal).
c) Jurandyr Ross – classificação publicada em 1995 com base nos dados obtidos pelo Projeto Radam-Brasil do Ministério das Minas e Energia. Essa nova classificação levou em consideração a origem e evolução geológica das diversas áreas, o processo de erosão/sedimentação que ocorrem nos tempos atuais, a atuação dos climas e o nível altimétrico do lugar. Com isso, o relevo brasileiro é formado por 11 planaltos e 11 depressões (que corresponde a 95% do território nacional) e 06 planícies (que corresponde a 5%).
- Planalto: superfície mais ou menos plana com altitude superiores a 300 m onde processo de erosão e superior que a sedimentação.
- Depressão: superfícies mais planas situadas entre 100 e 500 m circundadas por áreas mais elevadas apresentando inclinação suave onde predomina a erosão.
- Planícies: superfícies extremamente planas onde o processo de sedimentação é superior à erosão.
BIBLIOGRAFIA:GARCIA. H. C. & GARAVELLO. T. M. Geografia do Brasil I. Apostila Anglo Vestibulares. Editora Anglo. P. 13 a 18. 2ª ed. 2002.
ADAS. M. Panorama Geográfico do Brasil: Contradições, impasses e desafios socioespaciais. Editora Moderna. P. 322 a 339.
LUCCI. E. A. GEOGRAFIA – O Homem no espaço global. Editora Saraiva. 4ª ed. P. 320 a 336. 1999.
COELHO. M. A. & TERRA. L. Geografia Geral: O espaço natural e socioeconômico. Editora Moderna. 4ª ed. P. 68 a 103. 2001.
Eras: Azóica, Arqueozóica, Proterozóica, Paleozóica, Mesozóica (Jurássico, Triássico e Cretáceo) e Cenozóica (Terciário e Quaternário).
Datação e classificação: para tempos geológicos remotos (isótopo de urânio de número atômico 238) e para tempos recentes (isótopo de carbono 14).
Origem: Nuvem de poeira cósmica em rotação – o planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reações químicas.
O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva.
O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas.
Crosta / Litosfera: superior formada por SIAL e a inferior por SIMA; espessura varia de 5 a 70 km; é uma camada descontínua, formada por placas tectônicas que flutuam sobre o substrato magmático.
Manto: constituído por magma em estado líquido e pastoso (astenosfera). O movimento desse material forma células de convecção que, por meio de pressão, ocasionam o movimento da crosta dando origem aos terremotos e vulcanismos.
Núcleo: níquel e ferro em estado viscoso e sólido devido às elevadas temperaturas e pressões internas.
A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrentes do resfriamento do planeta, originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação. As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares, e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares.
No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, de Parima, Pacaraíma, Tumucumaque, etc. e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc.
Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes, os Andes, o Himalaia, e as Rochosas.
Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente. Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comumente encontrados nas bacias sedimentares.
ROCHAS
a) Magmáticas: formada pela emissão de lavas.
Extrusivas/Vulcânicas: se formaram na superfície por um rápido processo de resfriamento (basalto).
Intrusiva/plutônica: se formaram no interior da crosta por um lento processo de resfriamento (granito e diabásio).
b) Sedimentares: deposição de detritos de outras rochas e/ou acumulo de detritos orgânicos.
Detríticas: acumulação de fragmentos de outras rochas (arenito, argilito, varvito, folhelho).
Químicas: transformações de determinados materiais em contato com a água (cloreto de sódio → sal gema, estalactites e estalagmites).
Orgânicas: acumulação e soterramento de matéria orgânica (conchas, corais → calcário; vegetais → carvão mineral).
c) Metamórficas: transformação de outras rochas sob determinada condição de temperatura e pressão (granito → gnaisse; xisto → ardósia; calcário → mármore; arenito → quartzito).
OBS.: As rochas mais antigas são as magmáticas seguidas pelas metamórficas. Elas datam das eras Pré-Cambriana e Paleozóica. Já as rochas sedimentares são de formação mais recente: datam das eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica. Essas rochas formam um verdadeiro capeamento, ou seja, encobrem as rochas magmáticas e as metamórficas quando estas não estão afloradas à superfície da Terra.
DERIVA CONTINENTAL E TECTÔNICA DE PLACAS
A mais conhecida teoria a respeito da distribuição das massas continentais é a teoria da Deriva Continental de autoria de Alfred Wegener (1910). De acordo com essa teoria, todos os continentes hoje existentes, estavam reunidos inicialmente em uma única e gigantesca massa continental chamada Pangéia. A partir do período Jurássico (mais ou menos 180 a 200 milhões de anos atrás) a Pangéia começou a sofre um processo de divisão, originando os vários blocos continentais atuais.
Na primeira divisão, formaram-se dois supercontinentes: Laurásia (Norte) e Gondwana (Sul). Nas etapas seguintes, os dois supercontinentes sofreram novas separações, além das migrações dos blocos continentais, até que, nos últimos 65 milhões de anos (período Terciário), os continentes e oceanos adquiriram a configuração atual.
A recente teoria da Tectônica de Placas procura demonstrar que a crosta terrestre flutua sobre um substrato magmático em estado pastoso denominado astenosfera. De acordo com essa teoria, o deslocamento das placas provoca nos seus limites externos, deformações como dobramentos, falhamentos, terremotos e vulcanismos. Tal teoria usa de imagens de satélites, da idade das rochas dos fundos oceânicos que aumentam à medida que se distanciam das dorsais e dos fósseis da mesma espécie e idade encontrados em continentes distantes.
Na faixa de contato entre as placas a crosta é frágil, o que permite o escape do magma, originando os vulcões e, em função do atrito, a ocorrência de terremotos. Quando uma placa mergulha em direção ao manto é destruída. Com a pressão exercida pela placa que mergulhou, a outra dobra-se, enruga-se e soergue-se formando as grandes cadeias montanhosas do planeta denominadas dobramentos modernos. Por serem relativamente recentes, acham-se pouco desgastadas, apresentam elevada altitude e forte instabilidade tectônica.
ZONAS DE CONTATOS ENTRE AS PLACAS:
a) zona de divergência: zonas de afastamento entre as placa nas cordilheiras meso-oceânicas.
b) zona de subducção: entre uma placa continental e uma placa oceânica.
c) zona de abducção ou colisão: entre duas placas continentais.
AGENTES DO RELEVO
a) Internos ou endógenos: agentes criadores do relevo atuando do interior em direção à superfície podendo ocorrer de forma lenta e prolongada ou com violência e rapidez (vulcanismo, abalos sísmicos, tectonismo/diastrofismo/distorções que podem exercer pressões verticais (epirogênese) ou pressões horizontais (orogênese)).
b) Externos ou exógenos: agentes modeladores do relevo atuando na superfície da Terra de forma lenta, contínua e permanente (ação das águas, do vento, do homem e dos animais → intemperismo físico, químico e biológico).
ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO BRASILEIRO
O embasamento cristalino brasileiro formou-se na era pré-cambriana a partir do resfriamento do magma que deu origem aos dobramentos ancestrais que passaram a constituir o Escudo das Guianas, as serras do planalto Atlântico e do planalto Meridional. Esses escudos afloram em cerca de 36% do território, sendo que 32% são de formações arqueozóicas e 4% de proterozóica (jazidas minerais metálicos).
As bacias sedimentares antigas (Meio Norte, Paraná, São Francisco) começaram a se formar no final do pré-cambriano. Durante o período devoniano, essas bacias foram amplamente recobertos pela transgressão marinha, voltando a emergir no final desse período quando houve a regressão marinha.
A Bacia do Paraná foi atingida parcialmente por uma glaciação no final da Paleozóica contribuindo para a formação das jazidas de carvão mineral do RS e SC. Essa bacia sofreu intensa modificação com os derrames vulcânicos dos períodos Jurássico e Cretáceo (Mesozóica) resultando na consolidação do basalto e diabásio, que com o intemperismo ao longo do tempo deu origem à terra roxa.
As bacias sedimentares consideradas recentes (Costeiras, Pantanal e Amazônica) começaram a se formar no final da era Mesozóica pelo acúmulo de sedimentos provenientes de outras regiões.
Relevo Brasileiro: resultado do processo de intemperismo (físico, químico e biológico), da sedimentação das bacias e da ausência de movimentos tectônicos (0 até 200 m = 41%; 200 até 900m = 56%; 900 até 1200m = 2,5%; + 1200m = 0,5%).
CLASSIFICAÇÃO.a) Aroldo de Azevedo – publicado no final dos anos 40 a sua classificação utilizou como critério das formas de relevo o nível altimétrico, ou seja, as superfícies aplainadas acima de 200 m foram consideradas planaltos e as superfícies aplainadas inferiores a 200 m, planícies. Os 04 planaltos (das Guianas, Atlântico, Meridional e Central) e as 04 planícies (Costeira, Amazônica, Pantanal e Pampas) geralmente encaixavam/coincidiam com a estrutura geológica do território.
b) Aziz Ab’Saber – elaborada nos anos 60, manteve grande parte da proposta da classificação anterior embora tenha utilizado como critério das formas de relevo o processo de erosão/sedimentação: Planaltos (das Guianas, do Maranhão-Piauí, Nordestino, Serras e Planaltos do Leste Sudeste, Central, Meridional e Uruguaio-riograndense); Planícies e Terras baixas (Costeira, Amazônica e do Pantanal).
c) Jurandyr Ross – classificação publicada em 1995 com base nos dados obtidos pelo Projeto Radam-Brasil do Ministério das Minas e Energia. Essa nova classificação levou em consideração a origem e evolução geológica das diversas áreas, o processo de erosão/sedimentação que ocorrem nos tempos atuais, a atuação dos climas e o nível altimétrico do lugar. Com isso, o relevo brasileiro é formado por 11 planaltos e 11 depressões (que corresponde a 95% do território nacional) e 06 planícies (que corresponde a 5%).
- Planalto: superfície mais ou menos plana com altitude superiores a 300 m onde processo de erosão e superior que a sedimentação.
- Depressão: superfícies mais planas situadas entre 100 e 500 m circundadas por áreas mais elevadas apresentando inclinação suave onde predomina a erosão.
- Planícies: superfícies extremamente planas onde o processo de sedimentação é superior à erosão.
BIBLIOGRAFIA:GARCIA. H. C. & GARAVELLO. T. M. Geografia do Brasil I. Apostila Anglo Vestibulares. Editora Anglo. P. 13 a 18. 2ª ed. 2002.
ADAS. M. Panorama Geográfico do Brasil: Contradições, impasses e desafios socioespaciais. Editora Moderna. P. 322 a 339.
LUCCI. E. A. GEOGRAFIA – O Homem no espaço global. Editora Saraiva. 4ª ed. P. 320 a 336. 1999.
COELHO. M. A. & TERRA. L. Geografia Geral: O espaço natural e socioeconômico. Editora Moderna. 4ª ed. P. 68 a 103. 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário