Nesta semana irei abordar sobre um tema que sempre é tema de concursos e ENEM. A regionalização do espaço mundial é tema da geografia humana que faz uma análise sobre o desenvolvimento da economia mundial e social a partir do pós-guerra.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, ficou evidente a grande desigualdade econômica, científica e tecnológica existente entre os países. Durante desse quadro mundial, a partir da década de 1950 as expressões países desenvolvidos e países subdesenvolvidos começaram a ser frequentemente utilizadas e consequentemente a utilização da divisão mundial na época no sentido norte e sul.
PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO MUNDOS
Havia no passado uma outra maneira de regionalizar o mundo e também foi introduzida no pós-guerra. Em 1952, o demógrafo francês Alfred Sauvy, ao estudar a economia mundial, usou pela primeira vez a expressão Terceiro Mundo, referindo-se aos países que não tinham participação nas decisões políticas mundiais. Após ter sido usada por Sauvy, essa expressão popularizou-se nos meios jornalísticos, diplomáticos e acadêmicos entre 1952 e 1991.
Essa regionalização adotou o método de Sauvy para organização socioeconômica dos países, assim costumou-se também a regionalização em:
- Primeiro Mundo: Reunia países capitalistas desenvolvidos;
- Segundo Mundo: formado pelos países socialistas de economia planificada;
- Terceiro Mundo: Reunia os países capitalistas subdesenvolvidos, localização do Brasil na época.
GUERRA FRIA
Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares
foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra Fria,
estabilizando-se na década de 1960 até à década de 1970 e sendo
reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".
CORRIDA ESPACIAL
Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia. Na urgência de se mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética
procuraram melhorar os seus arsenais militares. Como consequência,
algumas tecnologias conhecidas hoje (como alguns tecidos sintéticos)
foram frutos dessa corrida.
A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial
necessária para o lançamento de mísseis e de foguetes é praticamente a
mesma, e portanto os dois países investiram pesadamente na tecnologia
espacial. Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos
americanos, carregados de artefatos nucleares que sobrevoavam as
fronteiras com a URSS constantemente, a URSS começou a investir em uma
nova geração de armas que compensasse esta debilidade estratégica.
Assim, a União Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957,
quando os soviéticos lançaram Sputnik 1, o primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta. Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik 2 e, dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika.
Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I, em 1958. Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos conseguiram lançar a Vostok 1, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e salvo. AstronautaBuzzAldrin fotografado por Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar na Lua) durante a missão Apollo 11, em 20 de julho de 1969.
A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos apressaram-se para vencer os estadunidenses na chegada ao satélite.
As missões Zond
deveriam levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a
falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões
não-tripuladas, Zond 5 e Zond 6, em 1968. Os Estados Unidos, por outro lado, conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.
O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11 conseguiu realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.
A corrida espacial se tornou secundária com a distensão dos anos 1960-1970, mas volta a ter relevância nos anos 1980, no que pode ser considerado o último capítulo daquela disputa. O presidente dos Estados Unidos anuncia investimentos bilionários na construção de um sistema espacial de defesa anti-mísseis balísticos. A oficialmente denominada Iniciativa Estratégica de Defesa e conhecida como guerra nas estrelas, poderia defender o território americano dos mísseis russos e acabar com a lógica da Destruição Mútua Assegurada.
Neste contexto os Estados Unidos enviam ao espaço o primeiro veículo espacial reutilizáveis: o ônibus espacial. A URSS levaria alguns anos para construir a sua versão do ônibus espacial, (o Buran) mas foi a primeira a colocar no espaço uma nave espacial armada de ogivas nucleares, a Polyus, que teria sido destruída pelos próprios líderes soviéticos em 1987, quando já estavam avançadas as negociações diplomáticas para por fim à Guerra Fria.
ARPANET
Outro campo em que ocorreu grande desenvolvimento durante a Guerra
Fria foi o das comunicações. Temendo um possível bombardeio soviético,
durante a década de 1960, O Pentágono financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os computadores,
que envolveu centros de pesquisa militares e civis, como algumas das
principais universidades americanas. A rede de comunicações criada pela
agência Arpa ficaria conhecida como Arpanet.
A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio
soviético, a central de informações não estaria em um só lugar, mas sim
em vários pontos conectados em uma rede, ou seja, cada nó da rede
funcionaria como uma central, todas conectadas entre si. A
infraestrutura da rede foi construída com fibra óptica para não sofrer interferência dos pulsos eletromagnéticos produzidos pelas explosões nucleares. O sistema foi inaugurado com sucesso em 1969, na Universidade da Califórnia (UCLA), com o envio de uma mensagem de caracteres para outro servidor.
Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se
manteve restrito a fins militares e acadêmicos. Somente em Convenção
realizada no ano de 1987 a rede seria liberada para uso comercial. A
partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet. Em 1990, o físico inglês Tim Berners-Lee criaria o HTML
(Linguagem de Marcação de Hipertexto). Na década de 1990 a Internet
passaria por um processo de expansão gigantesco, tornando-se um grande
meio de comunicação da atualidade.
REFERÊNCIA
- Melhem Adas, Ségio Adas. Expedições Geográficas. Pág. 36-40. 2011.
- House, Jonathan. A Military History of the Cold War, 1944-1962 (2012)
- World News - Subversão nos países alvo da extinta URSS. Vídeo (em inglês) legendado (em português). Página visitada em 11 de Setembro de 2013.